
A informação consta do relatório do estudo realizado pelo SETSAN em Maio de 2016 sobre a vulnerabilidade a insegurança alimentar e nutricional na Cidade de Nampula, no âmbito dos esforços da inclusão das zonas urbanas nas avaliações de segurança alimentar e nutricional.
O estudo foi feito com base em entrevistas por amostragem aos agregados familiares da Cidade de Nampula, tendo inquirido 498 agregados familiares. Também foi feito um levantamento de preços de produtos alimentares dada a importância de preços no acesso a alimentos.
Os principais resultados do estudo indicam que a diversidade da dieta alimentar dos agregados familiares da Cidade de Nampula é considerada boa tendo que 96% tem dieta adequada. No entanto, a qualidade da dieta das crianças menores de 2 anos é muito baixa, pois apenas 9,7% das crianças é que consomem o número mínimo de refeições com diversidade mínima da dieta. Cerca de 26% de crianças dos 6-23 meses tem diversidade de dieta mínima, 44% consome o número mínimo de refeições diárias.
As práticas da alimentação infantil associadas a outros factores como práticas de amamentação, higiene, saneamento, doenças influenciam no estado nutricional das crianças. A taxa de desnutrição aguda encontrada de 9,8% está acima do nível aceitável definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a taxa de desnutrição actual de 19,3% é considera média, a taxa de desnutrição crónica de 42,1% é considera muito alta o que exige intensificação das intervenções.
A redução da desnutrição crónica para níveis aceitáveis (menores que 20%) exigem um esforço adicional de todos actores (governo, sociedade civil, sector privado, academia) na consciencialização das comunidades para a mudança de hábitos alimentares, de higiene e de saneamento, assim como a promoção de fontes de renda sustentáveis para garantir acesso estável a alimentos. A coordenadação multissectorial deve ser reforçada para garantir complementaridade entre as intervenções.